TRANSPORTE DE DUTOVIÁRIO DO GÁS DE PETRÓLEO
INTRODUÇÃO:
As tubulações já eram
conhecidas como meio de transporte para produtos líquidos desde a
antiguidade. Existiram casos
de tubulações construídas com bambus na China, com materiais cerâmicos por
egípcios e astecas e com chumbo por gregos e romanos;
Em 1865 foi construído, na
Pensilvânia (EUA), o primeiro oleoduto para transporte de hidrocarbonetos, com 2 polegadas de diâmetro
feito de ferro fundido com extensão de 8 km;
Em 1930 teve início o
transporte de produtos refinados entre a refinaria de Bayway (Nova York) e
Pittsburgh;
No Brasil, a primeira linha
entrou em operação em 1942 na Bahia, tendo diâmetro de 2 polegadas e 1km de
extensão ligando a Refinaria Experimental de Aratu e o porto de Santa Luzia.
O mercado de petróleo e gás
está em pleno crescimento, no Brasil especialmente esta é uma área que recebe
grande atenção e investimentos. O Governo e empresas privadas nacionais e
internacionais investem muito dinheiro uma vez que os estoques que crescem a
cada mês com novas descobertas de poços, alguns de difícil exploração. O transporte
ferroviário, naval ou
rodoviário apresentam inúmeras desvantagens quando comparados ao uso de dutos. Segundo
a resolução CONAMA nº1, de 23 de Janeiro de 1986, A instalação de
oleodutos e gasodutos depende da elaboração de “Estudo de Impacto Ambiental” e
“Relatório de Impacto Ambiental”. E a resolução nº 293 de 12 de Dezembro de
2001 define a elaboração do “Plano de Emergência Individual” para acidentes que
gerem vazamentos em instalações como dutos, terminais e plataformas.
A dutovia é uma tubulação
destinada para conduzir a grandes distâncias produtos e materiais fluidos.
O transporte entre as instalações de Refinaria
e as Bases Primárias é feito geralmente por modal dutoviário (instalações da
Petrobras Transportes S.A. Transpetro) ou por navegação de cabotagem através da
atracação de navios-tanques (NT’s) nos portos. Já as transferências entre as instalações das Bases Primárias e
Secundárias são feitas por modal rodoviário (caminhões-tanque), e modal
ferroviário (vagões-tanque).
Segundo Lambert (1998,
p.175) “as dutovias transportam apenas um número limitado de produtos,
incluindo-se aí o gás natural, petróleo cru, produtos de petróleo, água,
produtos químicos e pasta fluidas – geralmente considerada como um produto
sólido suspenso em líquido, normalmente água, que pode assim ser transportado
com mais facilidades”. Este mesmo autor diz que o gás natural e o petróleo cru
são responsáveis pela maior parte do tráfego dutoviário. Por este motivo, o
presente trabalho irá focar o estudo na malha dutoviária para o transporte de Gás
natural (GLN), que é transportado por gasoduto, semelhante aos oleodutos, porém
com algumas particularidades, principalmente no sistema de propulsão da carga.
CARACTERÍSTICAS DAS DUTOVIAS
Transporte dutoviario: É efetuado no interior de uma linha de tubos ou
dutos realizados por pressão sobre o produto a ser transportado ou por arraste
deste produto por meio de um elemento transportador.
Tem alta confiabilidade uma
vez que a operação pode ser contínua, sem contingências climáticas ou
atmosféricas.
A tubulação, em geral, é enterrada
a uma profundidade de 80cm, tornando o transporte por dutos praticamente sem
riscos.
Necessita de mínima de
energia em relação à massa transportada, que é empregada exclusivamente na
transferência dos produtos, a uma, velocidade de 3 à 4 km/h. Geralmente o
acionamento das bombas ou compressores é feito através do motor elétrico.
Emprega
modernas tecnologias como a SIG (Sistema de Informações Geográficas), que
permite a visualização do traçado da dutovia ou pontos da mesma, ou com o GPS
que fornece informações de posicionamento em tempo real e transmitidas via
satélite.
Tem baixo custo operacional,
devido ao reduzido consumo de energia e a mínima mão-de-obra utilizada. Em
contra partida tem um elevado custos de investimentos em dutos e sistemas de
bombeamento.
Diferença para os demais modais: na dutovia o veiculo que efetua o transporte é fixo
enquanto que o produto a ser transportado é o que se desloca, não necessitando
na maior parte dos casos, de embalagem para o transporte;
Como desvantagem operacional,
é a sua reduzida flexibilidade, já que os pontos de origem e destino são fixos
e os meios físicos, em quase sua totalidade, não podem ser transferidos para
outras frentes de transporte, como acontece em outras modalidades. Paralisar a operação acarreta prejuízos na faixa dos
milhões de dólares, seja por lucro cessante, ou por multas aplicadas por
clientes não atendidos. É interessante salientar que, com a difusão do
uso de sensores na indústria
química, a possibilidade de ocorrer falha em algum
deles também aumentou. Com
isso, as dutovias mais bem instrumentadas seriam
exatamente aquelas com maior
probabilidade de sofrer com esse tipo de problema.
Desse modo, detectar falhas
do tipo “anomalias na instrumentação” ou a ocorrência
de vazamentos são
preocupações constantes na operação de uma dutovia.
Elementos essenciais:
•
Terminais, com equipamentos de propulsão de produtos (bombas, compressores,
etc.).
•
Tubos.
•
Juntas de união.
Outras definições:
VIA: é
constituída por tubos, geralmente metálicos, que seguem as diretrizes do
projeto, interrompida pelas estações de bombeamentos e pelas tancagens de
armazenagem.
VEÍCULO: o
produto bombeado é seu próprio veiculo, cada partícula impulsionando as que a
antecedem,formando uma corrente continua.
TERMINAIS:
formado pelas tancagens em pontos estratégicos da tubulação.
CONTROLES:
responsável pela velocidade imprimida pelas bombas, evitando tanto as baixas
que permitam a sedimentação, como as altas, que conforme os tipos do produto
levariam as erosões dos tubos.
Tipos de dutos segundo a sua
construção:
Dutos subterrâneos são aqueles enterrados para serem mais protegidos das intempéries,
acidentes provocados por outros veículos, máquinas agrícolas e vandalismos. São
mais seguros em caso de ruptura ou vazamento do material transportado, pois a
terra que envolve a tubulação funciona como um invólucro, que amortecerá o
impacto da pressão causada pelo acidente.
Dutos aparentes são os visíveis, normalmente encontrados nas chegadas e saídas das
estações de bombeamento, de carregamento e descarregamento, e nas de lançamento
ou recebimento de “PIGs”, que são aparelhos utilizados na limpeza e detecção de
imperfeições ou amassamento na tubulação.
Dutos aéreos são utilizados para instalação em grandes vales, cursos d’água, pântanos
ou
terrenos muito acidentados,
tornam-se viáveis com a construção de torres metálicas nas extremidades do
obstáculo e quando necessário, torres intermediárias que servirão de suporte
para a tubulação que ficará presa a elas por meio de cabos.
Dutos submarinos assim denominados, por estar a maior parte da
tubulação submersa no fundo do mar. Este método é geralmente utilizado para o
transporte da produção de petróleo de plataformas marítimas (off shore) para
refinarias ou tanques de armazenagem, situados em terra (on shore); também são
utilizadas para atravessar baías ou canais de acesso a portos. Os emissários
são considerados dutos submarinos
CENÁRIO ATUAL DA MALHA DUTOVIÁRIA BRASILEIRA
O Comércio Internacional está
estruturado sobre muitas variáveis, e o transporte de bens vendidos, comprados
ou trocados de valor fundamental nessa cadeia. O emprego de dutovias é extenso
e pode ser empregado para diversos tipos de produtos e com várias formas de
instalação. Na maioria dos casos é utilizado para o transporte de “commodites”.
Atualmente, a malha
dutoviária brasileira tem aproximadamente 20 mil km de extensão, já
Países como o Canadá, a
Rússia e os EUA têm, respectivamente, 200, 330 e 440 mil km de dutos
construídos. Do ponto de vista de custos, as despesas com transportes
representam, em média, cerca de 60% das despesas logísticas, e isso, em alguns
casos, pode significar duas ou três vezes o lucro de uma companhia.
A posição geográfica das
refinarias encontra-se principalmente no litoral, já que na década de 1960 e 1970 a ênfase passasse da
produção de petróleo cru (devido aos fracassos ocorridos na exploração da
plataforma continental, na foz do rio Amazonas, Santos e Espírito Santo), para
investimentos na área de refino, gerando a necessidade de importação de
petróleo cru, principalmente via marítima. O posicionamento das refinarias no
litoral deve-se, de forma a minimizar os custos de descarga e armazenamento nos
portos. Houve, entretanto, no final da década de 70, uma mudança do foco da industrial
do petróleo, voltando-se novamente para a produção de petróleo cru. Isto se deve principalmente:
•Conclusão da instalação do
parque de refino;
•As descobertas de petróleo
off-shore no litoral brasileiro;
•A crise internacional do
petróleo.
Segundo [Martins (2003)],
pouco se mudou na infra-estrutura logística, já que agora a maioria das
operações de exploração de petróleo concentra-se no litoral. Devido à
otimização dos custos de transporte, tanto na distribuição de derivados como no
abastecimento das refinarias, a maior parte da capacidade de refino encontra-se
nas regiões Sul e Sudeste, que são responsáveis por 80% da capacidade total de
refino e por mais de 90% da produção dos dois principais derivados: gasolina e
óleo diesel.
Das refinarias, o processo
logístico brasileiro segue envolvendo uma malha dutoviária de 15.098km, 428
bases de distribuição (39% no Sudeste, 19% no Sul, 15% no Nordeste, 14% no
Centro-Oeste e 13% no Norte) e um processo operacional complexo, que culmina
numa estrutura de 29.804 postos revendedores.
No Brasil, os oleodutos
autorizados pela ANP totalizam cerca de 7.500 km de extensão,
sendo que 25% são destinados à movimentação de petróleo e 75% à movimentação de
derivados e outros produtos. Entretanto, do total de oleodutos, menos de 30%
são classificados como sendo de transporte, ou seja, podem ser compartilhados.
Observando a sua estrutura, percebe-se que 62% dos dutos de transporte têm
extensão inferior a 15 km
dados da[ANP (2009)]. Segundo a “Resenha
Energética Brasileira do Exercício de 2006” (Ministério de Minas e Energia), o gás
natural apresenta as maiores taxas de crescimento na matriz energética.
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